Quando o uruguaio Roberto Silveira soprou pela última vez seu apito ontem anoite no estádio El Campín em Bogotá, a 5 mil quilômetros dali na noite fria de Porto Alegre, o presidente Fábio Koff lamentou ter assumido a presidência do clube. Na campanha de 2012, concorrendo contra Paulo Odone, mentor da Arena, até então um sonho de estádio para os gremistas, Koff usou a sua principal arma para vencer o pleito, as duas conquistas de Libertadores que o Grêmio teve nas suas passagens anteriores na presidência. Pois Fábio Koff venceu as eleições e assumiu o Grêmio com um técnico que havia conseguido, com um time limitado, conduzir o time a Libertadores, em certos momentos até com chances de conquistar o Campeonato Brasileiro.
O novo mandatário gremista assumiu refém desta situação e teve de renovar o contrato do experto treinador, que acertou um contrato de dois anos. Para cumprir sua principal promessa de campanha, a direção abriu o cofre e trouxe reforços a peso de ouro, Barcos, Vargas, André Santos entre outros chegaram e deram esperanças ao torcedor. Se Luxemburgo conseguira chegar a Libertadores com um time medíocre, com os reforços, poderia chegar próximo do título. não foi o que aconteceu.
Os erros começaram na última partida do Brasileiro de 2012, quando em um Estádio Olímpico lotado, enfrentando um Inter, que trocou de treinador com medo de boicote dos jogadores, o técnico entrou em campo com três volantes, com medo e acabou empatando, deixando escapar o segundo lugar no campeonato e a vaga direta a fase de grupos.
O ano de 2013 começou com uma preparação para encarar a altitude de Quito e perder por 1x0 para a LDU. No jogo de volta no primeiro grande jogo do novo estádio gremista, o time tentava e não conseguia abrir o marcador, até que Elano em chute de longe acertou o ângulo e igualou o confronto. Na comemoração um presságio da campanha na Libertadores, a avalanche quebrou a mureta da Arena e o jogo foi paralisado para atendimento de feridos, reduzindo o efeito psicológico. No retorno o Grêmio não conseguiu ampliar e a decisão foi para os penais. Com uma defesa de Marcelo Grohe, sacado após a chegada de Dida, o Grêmio venceu e avançou a fase de grupos.
Na fase de grupos a campanha foi novamente medíocre, com muitos altos e baixos o treinador privilegiou a Libertadores em relação ao Gauchão, com respaldo da direção. Em um grupo somente com um adversário com a mesma tradição, a classificação foi obtida somente na última rodada, com ares de jornada épica contra o Huachipato, desconhecido time chileno.
Vanderlei Luxemburgo nunca foi um técnico com perfil de torneios com fórmula mata-mata. Ontem novamente isso se comprovou quando o time não soube administrar a vantagem mínima obtida no jogo de ida. Contra um time que vem sofrendo críticas no sistema defensivo, o Grêmio simplesmente atacou somente depois de sofrer o gol. Em menos de dez minutos Vargas teve uma ótima chance de marcar, mas era tarde. a cupa pela eliminação começa pelo jogadores, muitos não tiveram o chamado comprometimento, passa pela comissão técnica que não tem o perfil para esta competição, e pela direção que não se impôs quando deveria ter feito. Vanderlei Luxemburgo foi imposto, não era a preferência de Koff, mas agora o Grêmio tem pela frente uma competição que é a especialidade de Luxemburgo. A pressão pela saída de Luxemburgo é proporcional ao valor da multa rescisória do treinador.