O panorama do final de 2012 pode estar enganando a torcida colorada. Lembremos que após a demissão de Dorival Júnior, Fernandão assumiu o time e não conseguiu construir um grupo, sendo demitido com o temor de que os jogadores sofressem uma goleada no último Grenal como represália ao técnico. A torcida revoltada pedia a saída de Giovanni Luigi, que precisou de uma manobra política, vencendo a eleição no âmbito do conselho, pois se fosse para eleição aberta, com participação dos torcedores, pesquisas indicavam o tamanho da rejeição de Luigi.
Após a eleição o presidente foi buscar em Dunga um escudo contra a rejeição dos torcedores, que viam no capitão do tetra, que salvou o clube do rebaixamento naquele fatídico jogo contra o Palmeiras, uma pessoa com perfil de entrar no vestiário e "domar as cobras" que habitam aquele local. Depois de um período de negociação Dunga aceitou as condições e pela primeira vez está trabalhando como técnico de clube.
O técnico começou uma série de mudanças no ambiente do clube. Isolou o vestiário e com a mão forte de quem tem o apoio incondicional da direção, tem afastado pessoas do convívio com os jogadores com a desculpa de que informações vazavam para a imprensa. Aliás a convivência com a imprensa é conflituosa, em determinados momentos lembra Celso Roth, este que aliás evoluiu e entendeu a importância desta relação.
Mas vamos aos resultados. Até aqui nada que qualquer treinador em início de carreira, conseguiria fazer. A conquista do Gauchão antecipada foi facilitada pelo tradicional adversário, o Grêmio que não colocou titulares em grande parte da competição. A equipe colorada começou o campeonato bem, goleando adversários e jogando com imposição, se imaginava que era trabalho de Dunga. Mas ao longo da competição, o ritmo foi caindo e no final do segundo turno o time teve dificuldades para vencer os últimos adversários.
Os confrontos da Copa do Brasil mostraram a mesma dificuldade para ultrapassar os adversários. Muito se fala em equilíbrio do futebol, mas entendo que um time com a grandeza do Sport Club Internacional, com a folha salarial e o grupo de atletas que possui, precisava estar jogando melhor. Não consigo identificar um adversário do nível dos clubes que estarão disputando o título do Brasileirão, que o Inter tenha enfrentado. O que isso importa? O Inter precisa ser testado contra algum dos chamados times grandes, para que se tenha a noção do real potencial deste time para o Brasileiro.
Esta noção só teremos depois da Copa das Confederações, pois os adversários colorados antes da parada serão times, excetuando o Cruzeiro que também não tem um grande time esse ano, que irão brigar para não cair. Portanto acho que somente em 13/7 quando o Inter pega o Fluminense as 18h30min no Estádio Centenário é que teremos a dimensão do que Dunga conseguiu montar para a disputa do Brasileiro. Se começar a jogar bem e vencer os adversários antes da Copa das Confederações poderemos ter a afirmação do time, mas se levar até julho, com resultados parcos, a direção e a torcida podem descobrir em agosto, que o Inter pode estar se enganado com Dunga.
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