quinta-feira, 19 de setembro de 2013

Inter: do nada para lugar algum

O Inter faz uma temporada confusa, indo na direção da opinião dos seus comandantes que varia tanto quanto a direção do vento. O comando técnico pertence a Dunga, perfil trabalhador, sério, focado e extremamente detalhista, não admite opiniões externas no seu trabalho. No cargo de diretor remunerado está Newton Drumonnd, o Chumbinho, veio para auxiliar a direção no contato com a  comissão técnica, foi expelido do vestiário e atualmente paira no clube meio sem função no futebol. Marcelo Medeiros e Luis César Souto de Moura tentam dirigir o futebol, mas ainda não tem a experiência necessária para conseguir fazer com que Dunga os ouça, quando necessário e ainda conseguem por vezes dar declarações que mostram a inexperiência que possuem. O presidente Giovanni Luigi está isolado, pois sua reeleição foi marcada pela polêmica de não ter permitido aos sócios torcedores opinarem, então corretamente tem sido escanteado para voltar a aparecer no final do ano na reinauguração do Beira Rio ficando com uma imagem vencedora ao final do ano.
O time também está perdido, estamos chegando ao final do nono mês do ano e ninguém ousa dizer qual a escalação titular do Inter, no gol quem dos irmãos Becker é o dono da posição? qual a zaga que deve ganhar sequência para dar confiança aos torcedores? Os laterais são de confiança e tem substitutos? qual a formação e quem são os titulares do meio campo? No ataque que a situação é um pouco mais definida pois pelo menos neste setor quem entra vem dando conta do recado, mas mesmo assim se discute quem é o parceiro de Leandro Damião.
A falta de um local para chamar de casa é a principal desculpa para a oscilação de rendimento da equipe. O Atlético-PR também deveria estar sofrendo do mesmo mal, mas não. Encontrou uma equipe ideal, pediu o Durival de Brito emprestado ao Paraná Clube e faz uma campanha excelente se comparado a nominata de jogadores do Inter. A diferença básica: com o bom desempenho do time a torcida passou a ir ao estádio e criar o clima de casa mesmo longe da Arena da Baixada. O Inter buscou isso em Caxias, ainda busca em Novo Hamburgo e não encontrará sem a parceria da equipe que precisa engatar uma sequência de bons resultados. O time que começou o ano sem casa não vai a lugar nenhum este ano.

Time e estádio ficam para 2014

Grêmio empata com o Santos na Arena

Como duas rodadas fazem diferença neste equilibrado Campeonato Brasileiro de 2013. Antes de perder para o Atlético-MG e empatar com o Santos, o tricolor gaúcho mirava o líder Cruzeiro, principalmente com a sequência de dois jogos em casa. Pois parece que os jogadores acreditaram que a equipe tinha realmente condições de brigar pelo título e entraram na "zona de conforto". O Galo e o Santos que nada tinham a ver e brigam, por motivos diferentes para distanciar-se da zona de rebaixamento, aproveitaram a "tranquilidade" que se abateu sobre o grupo do técnico Renato e surrupiaram cinco pontos dos seis que os gremistas planejavam conquistar. O resultado prático é que jogadores passaram a ser vaiados, pela passividade que o torcedor flagrou dentro de casa e agora viajam para enfrentar Vitória e São Paulo pressionados pela iminente saída do grupo dos quatro que obtém classificação à Libertadores 2014.
O esquema com três zagueiros e três volantes começa a ser estudado e anulado pelos adversários, hora de treinar, não sei quando, uma variação deste esquema para ter algum plano B na manga. Nos dois jogos dentro de casa, o Grêmio foi dominado pelos adversários, que propuseram o jogo, ao contrário do que esperam os torcedores que vão ao estádio para ver seu time agredir o adversário em busca da vitória. O grêmio terá de reinventar-se sem tempo e com poucas peças para isso. Mais uma oportunidade para Renato mostrar que entende mais do que se supõe da parte tática do futebol.

Mais um desafio a criatividade tática de Portaluppi